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"Não há nada mais moderno hoje do que o que serão os FPSOs Bacalhau e Raia," diz o presidente da MODEC

Shape Digital

A empresa japonesa opera 14 FPSOs em águas brasileiras, que já representam 25% da produção nacional. Das quatro unidades em construção no mundo, duas são para a Equinor no Brasil.il.


Como detentora da maior frota global de FPSOs, a MODEC acaba de completar 20 anos no Brasil, e há muitos motivos para celebrar. Desde 2018, a empresa entregou quatro plataformas para a Petrobras, seu maior cliente — os FPSOs Carioca, Guanabara, Almirante Barroso e Anita Garibaldi.


A multinacional japonesa opera 14 de suas 21 unidades no Brasil. Das quatro unidades atualmente em construção, duas operarão em águas brasileiras nos próximos anos — os FPSOs Bacalhau e Raia para a Equinor, com início de operações previsto para 2025 e 2028, respectivamente.


“Não há nada mais moderno hoje do que o que serão os FPSOs Bacalhau e Raia”, afirmou Eonio Rocha, presidente e CEO da MODEC no Brasil.

Segundo ele, as plataformas da Equinor terão a menor pegada de CO₂ do mercado brasileiro. Ambas utilizarão turbinas de ciclo combinado, sendo o FPSO Raia a primeira unidade no país a processar gás na planta offshore e entregá-lo diretamente à rede de transporte.


Rocha também mencionou que a MODEC está na vanguarda da tecnologia ao oferecer soluções para as três principais áreas necessárias para reduzir a intensidade de carbono: queima de gás e líquidos, geração de energia a bordo e tratamento de tanques de armazenamento.


"O próximo passo, em que já estamos trabalhando, é a captura e armazenamento de carbono (CCS)", revelou. No entanto, o maior desafio para operações de CCS a bordo é o espaço disponível no topside, que precisará acomodar grandes módulos, afirmou.

Outra dimensão tecnológica em discussão é a instalação de sistemas de geração de energia eólica nos FPSOs. No entanto, Rocha acredita que isso deve ser "personalizado para o cliente", pois depende das condições de vento no local do campo de produção.


No segmento de energia eólica offshore, a empresa está desenvolvendo um sistema de geração flutuante baseado em uma estrutura TLP (Tension Leg Platform).


Shape Digital, o Spin-off Brasileiro


Dos 6.000 funcionários da MODEC, 3.000 estão no Brasil. Com essa força de trabalho, que destaca a importância do país como seu principal mercado global, a empresa criou a Shape, seu braço digital, em 2021. A principal especialidade do spin-off é a manutenção preditiva baseada em algoritmos e aprendizado de máquina.


"É uma empresa criada e gerida por brasileiros, onde todos os cientistas de dados são brasileiros", destacou Rocha. A estratégia comercial da Shape é desenvolver e comercializar soluções tecnológicas brasileiras para os Estados Unidos, Ásia e América Latina, com foco na manutenção preditiva nos setores de petróleo e gás, mineração, celulose e papel, e energia.


Em outubro deste ano, a Shape assinou um contrato com a TotalEnergies para implementar a solução Digital Shape Aura no FPSO Cidade de Caraguatatuba, instalado no campo de Lapa, no Pré-Sal da Bacia de Santos. O objetivo é promover a otimização energética e reduzir as emissões da plataforma. Na fase inicial, a expectativa é que o projeto reduza em 5% as emissões totais do FPSO.


A empresa também implementou sua plataforma digital Lighthouse nos FPSOs Almirante Barroso e Anita Garibaldi. Ambas irão centralizar, organizar e contextualizar seus dados por meio do Lighthouse, controlando variáveis de processo, notas de manutenção, resultados de inspeções offline, histórico completo de alarmes e gestão da integridade dos ativos – utilizando ainda uma biblioteca de mais de 100 modelos com IA para prever falhas operacionais.


Explorando Novas Fronteiras


No final de 2022, a MODEC quebrou a exclusividade da SBM na Guiana. O fornecedor foi contratado pela ExxonMobil, líder do consórcio Stabroek, para construir, instalar e operar o FPSO para o projeto "Uaru" por 10 anos. A unidade terá capacidade para produzir 250.000 bpd, processar 540 milhões de pés cúbicos de gás por dia, injetar 350.000 bpd de água e armazenar 2 milhões de barris de petróleo. O primeiro óleo da unidade, atualmente em construção na China, é esperado para 2026.


Na porção mexicana do Golfo, a MODEC opera o FPSO Miamte para a italiana ENI. Instalado a uma profundidade de apenas 32 metros na Baía de Campeche, a apenas 10 km da costa, a plataforma possui um sistema pioneiro (Tower Yoke Mooring System) que permite desconectar-se da torre de ancoragem em caso de tempestades e furacões. A unidade maneja 90.000 bpd, 75 milhões de pés cúbicos de gás por dia e pode armazenar até 700.000 barris de petróleo.


Frota Global


O portfólio da MODEC inclui 21 unidades – 18 FPSOs e 3 FSOs em operação. Outras quatro unidades estão em construção, com duas destinadas ao Brasil, uma à Guiana e uma ao Senegal.

A empresa começou suas atividades no Brasil com a construção do FPSO Fluminense, que operou para a Shell em Bijupirá-Salema, na Bacia de Campos, e que agora está em processo de descomissionamento.

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